O Paca recebia 37 mil torcedores alucinados, loucos para ver o Corinthians retomar a liderança. Todo brasileiro estava atento à partida, se não todo pelo menos os que se interessam por futebol com certeza estavam com a TV ligada no Sportv. Era o clássico das multidões, entre as duas equipes que lideraram e brilharam durante o primeiro turno. E ambos atravessando má fase: o Flamengo sem vencer há seis jogos e o Corinthians irregular, vinha de derrota para o Coritiba. Era jogo que valia a liderança para o Timão. Para o Flamengo significava voltar a brigar pelo título, afinal o time estava em descenso, na quinta posição.

Pois bem, logo de cara, o zagueiro Wellington que havia sido afastado do time após falhas cometeu mais uma e Sheik quase abriu o placar com menos de um minuto. Apoiado pela torcida, o Corinthians começava melhor, dando sinais de que queria mostrar logo a que veio. Tinha mais posse de bola e atacava mais, mas ainda faltava acertar aquele último passe. E aí, como uma ducha de água fria, em escanteio venenoso, como sempre, de Ronaldinho, Renato desviu e a bola sobrou no pé esquerdo de Deivid, ele só deixou a bola enconstar em seu pé para a redonda morrer nas redes e silenciar o Pacaembu: 1 a 0 para o Flamengo, aos 28 minutos do primeiro tempo.

Se o Timão dominava totalmente o jogo, após tomar o gol sentiu e permitiu que o Flamengo controlasse um pouco a partida. Mas nada assustador, Ronaldinho dava seus lampejos de craque, prendia a bola, cruzava sempre com perigo. Mas quem queria jogo era o Corinthians.

Com Paulinho e Ralf voltando a jogar bem, desarmando e munindo o ataque com contra-ataques, o time voltou a dominar. O trio de ataques que devia um pouco, pois Alex estava a fim de jogar. Tite mexeu e tirou o sumido Jorge Henrique para por William. O Corinthians era melhor de novo. A falta de Chicão que parou no travessão de Felipe e o soco, sim soco, daqueles de filme, de canhota, do zagueiro brucutu flamenguista Gustavo (que não tomou nem amarelo) em Liédson eram sinais de que o alvinegro era dono da partida.

Além disso, a entrada de William, que merece ser titular, deu ao Corinthians uma nova opção: atacar pela direita. Constantes trocas de passe entre o atacante, Alessandro e Paulinho surgiram, tentando encontrar Liédson e Émerson na área. Em uma das várias tentativas, após bola alçada na área, ao afastar a bola o volante Willians põe a bola no pé de Liédson, dentro da área. Aí não teve jeito. O atacante pegou de primeira e empatou.

Após a igualdade, Thiago Neves quase marcou um golaço, não fosse o desvio de Chicão. O jogo ganhava requintes de emoção e nervosismo. Tanto que Ronaldinho até tomou amarelo, após carrinho em Ralf. Quem diria, Ronaldinho dando a raça, dando carrinho. O Corinthians tentava, merecia, mas não conseguia. A sensação era de que a bola não ia entrar e o Flamengo sairia no lucro por não perder.

Tite tentou Danilo, mais uma vez, e tirou Alex, que também deve ser titular absoluto. O tempo passava e nada. Até que, aos 43 minutos, William começou jogada pela direita, tabelou com Paulinho, foi até a linha de fundo e cruzou. O próprio Paulinho desviou de cabeça e ela sobrou para Liédson, na pequena área, bater de prima, em cima de Felipe, porém forte, e ela entrou. Explode o Pacaembu, explode a torcida, os jogadores, até o sério Tite. O Corinthians vence e convence, em vitória de campeão, recuperando a liderança e chegando aos 43 pontos. São Paulo e Botafogo têm 41.

Mas para provar que pode ser campeão, os pupilos de Adenor Leonardo Bacchi (procure no Google) terão que vencer esta sequência dos próximos três jogos: Fluminense, Santos e São Paulo. Quer prova de fogo maior?

Ps 1: No Rio, o Vasco venceu o Coxa por 2 a 0, gols de Juninho e Rômulo, com grande atuação de Pernambucano.

Ps 2: Papai Joel começou perdendo: o Grêmio mostra estar em processo de reação. Fez 2 a 1 e venceu a segunda seguida. Destaque para o elástico de Douglas ( na jogada do segundo gol gremista), que volta a apresentar bom futebol.

Ps 3: Prova de que não estou sendo parcial e puxando o saco do Corinthians: finalizações 18 para o Corinthians e 5 para o Flamengo.


Pedro Nogueira

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