Os Jogos Universitários Intercampus (JUI) da UFMS foram abertos sexta-feira, 30, no Ginásio Moreninho. Houve a apresentação das 11 delegações (Três Lagoas, Corumbá, Coxim, Chapadão do Sul, Ponta Porã, Paranaíba, Bonito, Naviraí, Aquidauana, Nova Andradina e Campo Grande) e a performance do grupo de dança Expressão de Rua. O interior tem 540 atletas inscritos, e a capital é representada por 100 jogadores. As modalidades praticadas são futsal, voleibol, basquetebol, handebol, natação, atletismo, xadrez e judô.


O coordenador dos jogos, Fábio Britez, definiu em quatro palavras toda a preparação para o evento, “entusiasmo, alegria, sacrifício e determinação”. A preparação para o evento começou em março e as expectativas são as melhores. A reforma do ginásio Moreninho, por exemplo, ocorreu especialmente para a ocasião. Para o ano que vem, Britez revelou que os jogos contarão com participações internacionais, de atletas das delegações do Paraguai e da Bolívia.


Apesar de toda preparação do campus de Campo Grande, existem dificuldades de treinamento enfrentadas pelas equipes do interior, como a estrutura precária que eles possuem. Sheila de Almeida, professora de computação no campus de Ponta Porã e, ao mesmo tempo, técnica do time de futsal feminino, se queixou da estrutura esportiva: “Não temos boa estrutura no campus, só uma quadra de cimento, sem tinta, com buracos. Não tem rede de vôlei, tabela de basquete, nem piscina, apenas traves para o futsal. Temos 300 alunos lá. Como vamos treinar assim?”. Apesar das dificuldades, Sheila reconheceu o apoio que recebem da Secretaria Municipal de Esportes, que empresta a quadra do ginásio para os treinamentos.


Matheus Henry, atleta de futsal e handebol de Três Lagoas, também falou sobre algumas dificuldades. Disse que eles não têm bolas de futsal, handebol, nem uniformes. E questionou: “Aqui a estrutura é boa, tudo bonitinho e pintadinho. É só por que vai ter evento? Treinamos numa quadra inacabada lá, porque estamos em reformas, que começou o ano passado e até agora nada. Vi a todo vapor a reforma de um prédio aqui, porque lá não é assim?”


Enquanto uns elogiam a estrutura do ginásio em Campo Grande, outros reclamam da reforma. As duas equipes de futsal do primeiro jogo da noite, Engenharia Ambiental de Campo Grande e Ponta Porã, criticaram a nova quadra do Moreninho. Para Felipe Arima, capitão do time da Capital , com a reforma a quadra piorou. “Com essa quadra de cimento não dá pra cair muito, porque agora machuca bem mais”. O capitão do time fronteiriço, Alan Diego, compartilha da mesma opinião.


O professor de biologia de Três Lagoas, Rony Blini, não se queixa da reitoria, e sim da organização do campus de Campo Grande. “A reitora apenas delega funções. A coordenadoria dos jogos é que deveria se organizar melhor para um evento como esse, que aumentou a demanda em relação ao ano passado.” A crítica é em relação aos alojamentos lotados, alagados e o risco de ficar acampado em tendas instaladas perto da piscina devido, o que gera preocupação, pelo fato de o local ser muito escuro e vulnerável.


Para Maurício Gauna, estudante de Educação Física e um dos organizadores do JUI, o nível das equipes de futsal está baixo. “Isso aconteceu devido à péssima estrutura esportiva que as outras cidades têm para realizar seus treinamentos e também por causa da deficiência da nossa estrutura para recebê-los. Ou seja, problemas nos alojamentos, desconforto e imprevistos que aconteceram no meio dos jogos. Tentamos melhorar a situação, mas a nossa realidade dificulta essa mudança.”





Mariana Cintra, com Gabriela Pavão

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