Sou do tipo que não tira o time de campo tão cedo. Posso levar alguns dribles, vaias, mas, sou aquele que no final do jogo quer gritar 'é campeão'. Não desisto das jogadas. Marco pressão. Vou pra cima. A disputa é acirrada. Não deixo a bola fugir. E sempre na ofensiva.

Eu parto para o ataque, sem medo de errar. Às vezes bato colocado, um chute consciente em direção ao gol. Outras vezes, vai a pedriragem mesmo. De bico, canela, barriga. Não importa como foi. O importante é desestabilizar o adversário.

A cabeça focada na vitória. Visto a camisa, pensando em acordar sem ela. Sei que antes do jogo tem as preliminares: banho, perfume, roupa nova. Antes de começar a partida, vejo como está o campo e me concentro, para não terminar no zero a zero.

Se vejo que estou de escanteio, passo a bola para outro. Sou assim, persistente, não fominha. Sou habilidose, dou 'olé' em muita gente. Mas nem sempre a bola fica presa em meus pés. Se percebo que ganhei a torcida peço ajuda dela. Torcida contigo é quase um jogo garantido.

Só não comemorei o gol ainda. Arrisquei, não marquei. As partidas são assim: cheias de lances duvidosos e algumas jogadas bruscas.

Mas o adversário persiste ficar na retranca. É só cadenciar até ela dar uma brecha. Uma bebida pra cá. Outra bebida pra lá. Pronto! O adversário vai sentir a pressão e cair no seu jogo. Prepara o grito e... Não podem esquecer. O jogo só terminha quando o juíz apita. Ou quando a carona da garota vai embora.

Entretanto, um bom jogador faz sempre uma jogada de mestre. Com classe e toda malícia de craque, ele se oferece para levá-la pra casa. Pra sua né! Agora é só cadenciar o jogo. Com muita calma e habilidade, e sabendo arrematar a partida. Ela quis dar o contragolpe, mas você lascou um beijo. Agora é só partir para o abraço, que a taça já é tua - a de champanhe, e a conta do táxi também.

Daniel Lacraia

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