Passada a convocação no mínimo passível de contestação do técnico Dunga, a seleção começou sua preparação para a Copa do Mundo, em Curitiba. Os jogadores foram chegando aos poucos, à excessão de dois dos vencedores da UEFA Champions League, pela Internazionale de Milão, que são Maicon e Lúcio, que se uniram à seleção já em Joanesburgo.
Após vários trabalhos exclusivamente físicos, visando a recuperação daqueles que terminaram uma agitada temporada européia e para a manutenção daqueles que vem jogando, a seleção canarinho começou seus trabalhos táticos.
Como sabemos, não é do feitio do nosso técnico mudanças abruptas na seleção, e é eexatamente isso o que tem sido demonstrado nos poucos treinamentos táticos e coletivos que houveram. A seleção está sendo montada no 4-2-3-1 de sempre, com: Julio César, Maicon, Lúcio, Juan e Michel Bastos; Gilberto Silva, Felipe Melo; Elano, Kaká e Robinho; Luís Fabiano. Sim, defendo a tese de que o Brasil não atua com dois atacantes e sim com apenas um. Robinho cumpre uma função tática de auxílio à Michel Bastos na lateral esquerda do campo, para jogadas em dupla, assim como Elano o faz pela direita com Maicon. Elano marca mais que Robinho, o que possibilita uma maior liberdade de Maicon, já que Elano pode cobri-lo em suas investidas, além do auxílio nas jogadas laterais. Já Robinho é mais incisivo, driblador, e joga em diagonal. Favorece as passagens de Michel para a linha de fundo, já que traz a marcação do lateral adversário e mobiliza um zagueiro ou um volante para a cobertura, abrindo um corredor para o lateral esquerdo brasileiro. Porém, com Robinho, o Brasil perde em poder de marcação por aquele setor, o que deve fazer Michel Bastos subir menos que Maicon, acusando uma tendência do brasil a jogar pela direita, como tem feito durante o período treinado por Dunga, seja com Maicon e Elano, Maicon e Daniel Alves ou ainda Maicon e Ramires.
Uma solução seria que Felipe Melo se deslocasse mais pelo lado esquerdo do campo, cubrindo prioritariamente Michel Bastos, centralizando Gilberto Silva, que já atua mesmo como um “falso” terceiro zagueiro na seleção há algum tempo, e colocando Elano para cobrir Maicon na direita. Neste caso, acredito ser melhor a escalação de Daniel Alves no meio, o que facilitaria sua movimentação por saber jogar na lateral, liberando Maicon em suas investidas, ou mesmo atacando enquanto Maicon fica recuado, já que Daniel domina aquela região do campo.
Enfim, por enquanto, o Brasil deve seguir a tendência de lentidão na saída de bola, com Kaká sobrecarregado no meio, e com a bola passando pelos pés dos dois volantes para chegar até Kaká, Elano ou Robinho. Pode-se investir nas laterais, para isso, é preciso que os volantes se conscientizem da cobertura, liberando Maicon e Michel Bastos, que atacam muito bem, sendo Maicon com muita força fisica e velocidade, e Michel com bons passes, chutes e cruzamentos. Pode ser a saída em velocidade que falta à seleção, que insiste em jogar centralizada sendo que tem apenas Kaká posicionado dessa forma. É preciso desafogar o lado direito, sempre a saída mais óbvia da seleção quando está apertada, dando condições de jogo a Michel Bastos, e tendo duas alas fortes, para que Kaká tenha liberdade de receber a bola para decidir, arrancar, lançar, não tenha que vir buscar a bola, anulando sua principal característica que é a velocidade, o bom chute de fora da área e a inteligência.
Se soubermos utilizar a melhor característica dos 11 iniciais, temos uma ótima seleção em campo.
Agora nosso banco de reservas…
Deixa pra outro post…
Paulo Henrique