Aproveitando esses dois dias sem jogo da Copa vou falar um pouco sobre o outro lado um tanto quanto obscuro da Copa, os interesses que alguns ditadores tiveram em relação à Copa para exaltar o seu poder.

Nas últimas Copas, a FIFA tentar mostrar que a Copa do Mundo é "tempo de fazer amigos", exaltar a alegria de um povo, a determinação de um jogador. Tudo isso para esconder o desenvolvimento forçado e os estádios monumentais que há um século atrás poderia ser considerados como a "8ª Maravilha do Mundo", porém no caso da África, a maioria desses estádios serão poucos utilizados até porque o futebol desse país ainda está no amadorismo.

Mas nem sempre a Copa ostentou esse slogan alegre e contagiante, aliás, já na segunda Copa o então primeiro-ministro(ou ditador) Benito Mussolini já havia percebido que uma Copa do Mundo na Itália era a atração perfeita para ele poder mostrar toda a força do regime facista, bastava a "squadra azurra" vencer a Copa.

Bom, Mussolini e arbitragem à parte, a Itália conseguiu o feito de ser campeão mundial. Mas não vamos ser injustos, a Itália tinha uma bela seleção com craques como Meazza e Schiavio (este último foi um dos artilheiros).

Anos mais tarde na Copa de 70, o terceiro título além de garantir a posse definitiva da taça Jules Rimet, também serviu como uma ótima propaganda para a ditadura militar que estava no poder desde de 1964, reza a lenda que a troca do técnico João Saldanha pelo Zagallo antes da Copa foi uma intervenção direta do Governo Ditador, além também da convocação do atacante Dadá Maravilha.

Na Copa de 78 que aconteceu na Argentina que também estava sob regime militar, nessa Copa há indícios que o jogo entre Argentina e Peru que terminou em 6 X 0 para os hermanos, foi comprado pelo Cartel de Cali, segundo o escritor Fernando Mondragón, cada jogador peruano recebeu 50 mil dólares para entregar o jogo cujo o qual a Argentina precisava vencer por uma diferença de 4 gols para poder ir à final.

A Copa do Mundo é sem dúvidas, um espetáculo magnífico. Mas essa magnitude muitas vezes serviu para suprir os interesses políticos da época e também porque não os interesses atuais de auto-promoção de algum chefe-de-estado. A Copa tem o seu lado alegre, mas também tem o seu lado obscuro...


Rafael Shiroma

Fonte: O Mundo das Copas, edição limitada

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