De Letra

Salve colegas do ‘De Letra no Gol’. A copa chega à sua fase de semifinais, e a utopia de poder contar com quatro seleções sul-americanas entre as melhores do mundo não se concretizou. Pesou a fúria espanhola sobre a seleção albirroja, a juventude técnica alemã sobre os hermanos e o grande aproveitamento dos holandeses frente ao time desestruturado emocionalmente de Dunga. (Que o diga Felipe Melo).

Sobrou o Uruguai, ahh o Uruguai. Venho analisando a campanha da celeste olímpica desde o franco empate de estréia com a França. Sim, a França que estava participando da Copa no continente africano graças a uma jogada que contou com a mão de Henry, foi o primeiro adversário do único time sul-americano participando da semifinal.

Ironia do destino, a vaga foi conquistada de forma épica, fato. E a mão de Suárez foi personagem principal em um duelo que reservou suas fortes emoções para o final, e da prorrogação ainda.

Destaque para um time aguerrido, que luta e batalha em todos os cantos do campo. A mão de Suárez deixa claro que a vontade de jogar e ganhar é tamanha, que até jogar no gol está valendo, mesmo que isso lhe custe um cartão vermelho.

Destaque também para Oscar Tabárez, que montou um time coeso, dedicado, e agora colhe frutos como renovar contrato com o Uruguai até a Copa de 2014. Pudera, botou sua seleção entre as quatro principais do planeta depois de 40 anos. Taticamente, colocou em campo um triangulo que deu certo. Forlán, Suárez e Cavani proporcionam muita movimentação quando o momento exige ataque. E o que é melhor, possuem um ataque eficiente, que definem partidas, e o placar de 2 a 1 diante da Coréia do Sul está aí para provar.
O caminho do Uruguai pode ter sido mais fácil, mas não deixou de ser emocionante.

Contra Gana, um jogo que servirá de história para futuras gerações de uruguaiozinhos. A celeste impediu uma equipe africana de, pela primeira vez na história da copas, alcançar pelo menos o quarto lugar do mundial. Suárez impediu um gol com a mão e foi expulso. Gyan carimbou o travessão, e a mesma força imprimida na Jabulani foi sentida como se um soco atingisse a boca do estomago de cada africano que assistia a partida.

Era visível a leitura labial de Tabárez durante a rápida reunião que define os cobradores dos penais.`Tranquilo, tranquilo’, dizia o técnico para o grupo, que viria a fazer história, após 40 anos de espera por uma semifinal de copa. O Uruguai desperdiça uma cobrança, mas o goleiro Muslera defendeu duas cobranças, permitindo que a última cobrança caiba a uma criatura que não bate muito bem da cabeça.

El Loco Abreu parte pra marca da cal. Altamente previsível que ele faria aquilo. Simplesmente impossível de acreditar que ele fez aquilo numa Copa do mundo. Vaga garantida, quarto lugar totalmente assegurado. O Uruguai chega às semifinais pelo caminho mais fácil, mas com emoção. Tais atuações vão ser postas à prova diante da Holanda, aí sim veremos se a celeste está com sorte de campeão. Mesmo com as ausências de Lugano, contundido, e Suárez, que decidiu seguir carreira de goleiro, mas não está inscrito no mundial para esta posição.

Vou aproveitar a idéia do querido senhor, e publicar uma receitinha simples:

*CAVADINHA DE LOCO ABREU à la ÁFRICA
Modo de preparo: Não sei como ele faz aquilo.

Carlos Henrique Wilhelms