De Letra

Amanhã é dia de Brasil x Argentina (de novo). É a segunda partida do Superclássico das Américas, que acontece em Belém, no Pará.
Novamente os técnicos puderam convocar apenas jogadores que atuam nos campeonatos brasileiro e argentino. Dessa vez, Alejandro Sabella usou bem o regulamento e convocou 4 atletas argentinos que atuam em solo verde-amarelo. Guiñazu, Montillo, Bollati e D’Alessandro foram convocados, mas o meia canhoto do Internacional de Porto Alegre foi cortado por lesão. Com esses novos convocados, a Argentina fica mais forte no meio-campo. Resta saber se será o suficiente para realizar uma boa partida.

O Brasil terá mudanças. Com a não-convocação de Renato Abreu e as contusões de Leandro Damião e Paulinho, o técnico Mano Menezes já seria obrigado a alterar a escalação do jogo do dia 14.
Para o lugar de Renato Abreu, o mais cotado era Diego Souza. Para a vaga de Leandro Damião a opção era Fred e no lugar de Paulinho, Casemiro despontava como favorito. Mas não é que Mano quis inovar? No lugar de Renato Abreu, joga Lucas. Sai Leandro Damião (artilheiro do Brasil no ano) e entra Borges (artilheiro do Brasileirão). Sai Paulinho, entra Rômulo. E além dessas mudanças, sai Kléber (que fez péssima partida no primeiro jogo) e entra Cortês.
A escalação provável então será: Jéfferson; Danilo, Réver, Dedé e Cortês; Ralf, Rômulo e Lucas; Ronaldinho, Neymar e Borges.


1. Com a entrada de Cortês, o lado esquerdo pode se tornar mais ativo no ataque e forte na defesa. O equilíbrio tem sido ponto primordial nas atuações do lateral botafoguense, com bons apoios e marcação segura.
2. A entrada de Rômulo no meio-campo sinaliza uma formação diferente da usada no jogo anterior. Antes, Mano usou Ralf como volante plantado no meio, com Paulinho mais aberto à direita e Renato Abreu aberto à esquerda. Com Rômulo, o técnico da Seleção deve usar dois volantes mais plantados, um em cada lado, liberando Lucas, Ronaldinho e Neymar para municiar Borges no ataque. Dessa forma, a cobertura dos laterais deve ser feita pelos volantes.
3. O posicionamento de Lucas ainda é discutível. Segundo Mano Menezes, ele pretende fazer o garoto do São Paulo atuar aberto, com maior probabilidade de ser pelo lado direito, setor onde Lucas rende e atua mais. Porém, se essa for a intenção de Mano, ou Neymar ou Ronaldinho terá que cuidar da faixa central da armação, característica que Ronaldinho não mostra há tempos e que Neymar nunca fez.
4. No ataque, a substituição, no momento, é a melhor que temos. Borges vive fase esplendorosa, fazendo gols em praticamente todos os jogos que disputa. Merece uma oportunidade apesar da idade um pouco avançada. Sobretudo por não contarmos com Leandro Damião.


1. Gosto dessa nova escalação. Com dois volantes de ofício é possível dar liberdade aos laterais e libera um pouco mais Lucas, Neymar e Ronaldinho para o ataque. Mesmo assim, principalmente Lucas e Neymar têm que ajudar na marcação para não haver sobrecarga nos dois volantes, que ainda terão que cobrir as investidas dos laterais brasileiros.
2. A entrada de Cortês era necessária. A atuação de Kléber havia sido pífia na primeira partida, e o lado esquerdo do Brasil é sempre perigoso com a presença constante de Ronaldinho daquele lado.
3. A entrada de Rômulo dará mais força ao meio-campo. Apesar de Rômulo e Ralf serem volantes de contenção, são atletas que erram poucos passes e podem começar uma boa distribuição de jogadas até a bola chegar a Lucas, Neymar e companhia.
4. Apesar de Mano ter dito que deve colocar Lucas aberto e segurar mais uma das laterais (provavelmente a esquerda), ainda acho que Lucas deveria ser testado mais centralizado. O garoto do São Paulo tem bons passes, ótimas arrancadas, finaliza bem de média distância e é criativo e inteligente. Ao colocar Lucas aberto apenas por um lado, a tendência é de que ele não consiga mostrar todo seu repertório, apesar de poder jogar bem mesmo assim. Acho que a formação deveria ter Lucas centralizado, com Neymar à direita e Ronaldinho à esquerda. Mas é claro, com jogadores desse nível, a Seleção pode, e deve, ter movimentação e troca de posição entre esses jogadores. Ronaldinho pode trazer a bola da esquerda para o meio, para armar as jogadas, com Neymar abrindo na esquerda e Lucas pela direita. Assim como Neymar pode centralizar para tabelar com seu companheiro de Santos, Borges (que é ótimo no trabalho de pivô).

Enfim, acho essa Seleção melhor que a da última partida, assim como tem ótimas opções no banco como Elkesson, Casemiro e Diego Souza. É torcer para que o novo quarteto ofensivo (não quadrado mágico como era dito na época de Parreira, em 2006) se movimente bem e faça um bom jogo. Continuo achando a seleção argentina fraca, mesmo com os reforços made in Brasil.

*Desculpem pelo texto longo, quando vi, já estava enorme.