Antes de começar essa leitura, caro visitante internauta, devo-lhe um pedido de desculpas pela lacuna que deixei ao não escrever mais nesse glorioso blog. Portanto, após minha consciência pesar e ver crescer a participação de meus colegas nesse espaço, me senti forçado a colocar minhas opiniões e análises na world wide web. O jogo em questão foi Cruzeiro x Fluminense, no Parque do Sabiá, em Uberlândia, pela 22ª rodada do Brasileirão. Lá vai.

Há anos nos impõem que tudo o que é europeu é melhor. Economia, cultura, culinária, carros, aparelhos de TV, celulares, tudo. Porém o Brasil sempre foi um exportador de futebol (Atenção! Futebol e não só de jogadores como dizem). Mas o que vemos nos campos hoje em dia é uma “europeirização” do modo de jogo. Parece que para apresentar um bom futebol é preciso jogar igual o Barcelona. Uma coisa é ter Xavi, Iniesta, Fabregas, Puyol e Pique. Outra é ter o elenco que os times brasileiros dispõe.

Esse jogo foi o jogo dos volantes, e eu não estou falando de qualidade e sim de quantidade. Seis volantes contabilizados ao apito inicial. Quatro no Cruzeiro (Marquinhos Paraná, Fabricio, Leandro Guerreiro e Charles) e apenas dois no Fluzão (Diogo e Rodrigo). As duas equipes começaram a partida no mais que manjado 4-4-2, com Marquinhos Paraná jogando improvisado de lateral-direito.

Com esse expressivo numero de volantes em campo, não deu outra. Jogo truncado no começo, embolado no meio-de-campo, sem sustos. O Cruzeiro absoluto no toque de bola no campo adversário, apesar de só ter o argentino Montillo (que apresentou um novo corte moicano) na função de meio-campo. Praticamente realizou todas as jogadas ofensivas do Celeste no primeiro tempo.

Depois de muito bate-cabeça, o time queridinho de Jô Soares começou a apresentar o bom futebol do ano passado. Já que pelo meio dava difícil, Abel pediu que jogassem pelas laterais. Dito e feito. Carlinhos e Mariano brilharam no jogo. Laterais de ofício. Marcaram e foram expressivos ofensivamente. Mariano se destacou ainda por participar da jogada dos dois gols do Flu.

No ataque…O ataque tava osso! Anselmo Ramon e o rodadíssimo Keirrison, pelo Cruzeiro, mal estiveram presentes no jogo. Ciro, do Flu, também fez coro aos desaparecidos. Mas é aí que brilhou a estrela dele. O queridinho do blog. Fred, o matador! Empolgado pela convocação, o atacante quis mostrar serviço. E mostrou.

Aos 34 minutos do primeiro tempo, quando o Flu mostrava que queria jogo, Mariano fez boa jogada pelo meio e achou Fred na área. O atacante girou e sofreu o pênalti. O fantasma da Copa América rondava os torcedores tricolores. Porém, com categoria, Fred cobrou no canto esquerdo e tirou o zero do placar. Daí em diante o jogo voltou a ser o que era. Fluminense pressionando, Cruzeiro segurando a bola, jogando no contra-ataque. E Fred lá! Voltando para criar jogadas no meio-campo e suprir a carência de Ciro no ataque.

No segundo tempo o papo foi outro. Vendo que somente Montillo dava o sangue na criação, o ex-interino e já efetivado Emerson Ávila colocou os meio campistas Roger e Élber. Para tanto , saíram Gabriel Araújo e Anselmo Ramon. O Cruzeiro passou então a jogar mais ofensivamente, no 4-5-1. Com Roger e Montillo trocando passes à procura do ex-CENE, ex-Coritiba, ex-Palmeiras, ex-Barcelona, ex-Benfica, ex-Fiorentina, ex-Santos (tudo isso com apenas 22 anos) Keirrison.

Mas não adiantou, a noite era deles. Fred e Mariano. Aos 17 da segunda etapa, em jogada embolada Fred se viu com a redonda nos pés, o Matador bem que tentou concretizar seu segundo gol, mas o chute à queima roupa parou em Fábio. A bola então sobrou para Mariano, que em lindo cruzamento encontrou Marquinho, que escorou para o gol. Ela caprichosamente bateu na trave e entrou. 2x0.

Acomodado, o queridinho de Téo José relaxou e permitiu uma bela pressão do time mineiro. Montillo assumiu a responsa e saiu jogando. Recebeu de Roger, esqueceu de tocar para Keirrison, driblou dois e finalizou seco no gol de Cavalieri. 2x1, aos 24min, sendo que essa foi a primeira finalização do Cruzeiro na partida. Raposa mostrando que não estava morta no jogo.

Mas parece que o dia era do caçador. O Fluminense não se intimidou com a reação e voltou a jogar. Abel finalemente substituiu Ciro aos 27, colocando Sóbis. E de quebra tirou Lanzini e meteu o desconhecido zagueiro Digão. O tricolor segurou a pressão mineira com bom toque de bola e atuação decisiva dos laterais. Passou a jogar no 5-3-2.

O jogo se manteve o mesmo até os 36 minutos quando Fred foi substituído para a entrada de Rafael He-Man Moura. A partir daí foi só esperar o arbitro apitar o final e comemorar a terceira vitória seguida do Flu, celebrando com festa o jogo de número 1000 do Fluminense pela Série A. Quantos pela Série B?! Deixa quieto, vai...




SEÇÃO UM TOQUE PARA MANO: Elkesson


João Conrado Kneipp

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