Eu não gosto de crucificar técnicos, de achar que uma simples troca no comandante resolve a situação. Assim como os jogadores, os técnicos erram.

Apesar de não andar merecendo muito, costumeiramente defendo o Mano Menezes. A geração que temos é boa, mas não é superior a outras seleções que existem. Temos bons jogadores, ainda não temos um time.

Mas, vendo o jogo de ontem, duas situações me chamaram a atenção. E chamaram pela incoerência do coach da Seleção.

Hernanes fez um brilhante Campeonato Italiano e depois da expulsão contra a França nunca mais foi chamado. A justificativa de Mano é que ele não joga mais como segundo volante, e sim como um meia mais avançado (até por ser ótimo passador e finalizador). Certo.

No jogo de ontem, a Seleção jogou com Ganso na meia, Ronaldinho aberto pela esquerda, Neymar pela direita e Damião centralizado. Com 8 minutos Ganso é substituído, entra Elias (??). Observação: Elias entrou bem na partida, deu movimentação ao meio-campo da amarelinha, mas um jogador que é liberado do seu clube após uma temporada sem muito destaque deveria ser convocado?

Tudo bem, ele está na Seleção. Mas por quê ele entrou na vaga do Ganso? Por quê Mano Menezes, que diz querer jogar ofensivamente, trocou o esquema ofensivo na primeira oportunidade que teve? Ele podia ter posto o Lucas, que jogou muito bem no Sul-Americano Sub-20 exatamente nessa função, caso ninguém se lembre. Podia ter colocado o Hulk pela direita(como fez no segundo tempo, apenas por ter um jogador a mais), liberando o Neymar para flutuar do meio para a direita e do meio para a esquerda (função idêntica a que o Messi faz no Barcelona), mantendo Ronaldinho Gaúcho na esquerda, onde realmente rende muito mais.

Mas se o Brasil carece de meias, por quê Hernanes não está na Seleção, já que ele É um meia, segundo Mano Menezes? Não teria sido o substituto exato para Ganso ontem? É muita incoerência deixar de levar um reserva nato para a posição para levar opções (Boas), mas que mudam totalmente a proposta inicial.

Se Mano quer investir em um futebol ofensivo, não pode trocar essa idéia na primeira fatalidade (leia-se oportunidade) que tiver, como ontem, quando colocou três volantes, sem um meia.

É esperar que as incoerências acabem ou que Ganso pare de se contundir. O que será que é mais fácil de acontecer?


Paulo Henrique Damasceno

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