Escalado para escrever algo nesta tarde de sábado que não fosse sobre o Brasileirão, eu poderia muito bem falar sobre diversos assuntos que vieram à tona hoje.

Eu poderia enaltecer a goleada do Barcelona por 8 a 0 sobre o Osasuna que aconteceu há poucas horas, com direito a três gols de Messi e dois de Fábregas, espantando qualquer hipótese de crise já que o time catalão vinha de dois empates seguidos. O que merece uma breve pausa. Se dois empates seguidos preocupam, é porque este time quase nunca fica dois jogos sem vencer. Talvez por isso seja o melhor dos últimos anos..

Se poderia contar o show do Barça, poderia também escrever sobre a vitória da Portuguesa sobre o Guarani, isolando-se na liderança da Série B com 49 pontos, cinco de distância do vice-líder Náutico. Apelidada de Barcelusa por algum fãs exaltados, parece que enfim o time paulista vai voltar à elite. Poderia citar que Boquita fez um dos gols. Mas não, não quero.

Quero e vou escrever sobre a longa caminhada que um dos maiores clubes do Nordeste está enfrentando há anos. Falo do Santa Cruz amigo, o tricolor pernambucano, que terá jogo decisivo na Série D amanhã.

O Santinha é um dos times mais simpáticos do país. Conta com uma torcida enlouquecida, mais fiel que muitos fiéis das igrejas mundo afora. Desde 2006 que o time caiu para a Série B, nunca mais voltou. Foi caindo degrau por degrau, descendo para a Série C em 2007. Acha pouco? No ano seguinte, a maré de azar provou que estava para ficar: Santa Cruz rebaixado novamente.

Temos aqui um recorde negativo na história do futebol brasileiro: o time foi rebaixado três anos seguidos. Numa dessas amigo, muitos torcedores pulariam fora. Não os do Santa Cruz. Seguiram firmes, confiantes, cegos de amor. Qualquer rara vitória era motivo de festa, de esperança, de agora vai. E tome-lhe ducha de água fria: em 2009 o time foi eliminado logo na primeira fase da fraca Série D. Ó tristeza. No ano seguinte melhorou. Foi eliminado na segunda fase da Série D. Será que a maldição não teria fim? Que o Santa não sairá do poço do futebol brasileiro?

2011 começou sorrindo para o tricolor pernambucano. Com elenco fraco, nem o mais fanático dos torcedores acreditava no título do estadual. Náutico e Sport tinham times fortes, com jogadores rodados e experientes. Na mocosa, de grão em grão, o Santa Cruz foi se encontrando, vencendo ali no seu cantinho e chegou ao título após 6 anos sem vencer o pernambucano. Aguenta coração. Imagine o quão entalado estava o grito do torcedor do Santa Cruz. Depois dizem que corintiano é sofredor. Sofredor é o santa-cruzense(será que é assim?).

Este ano tem tudo para ser o ano do retorno, a primeira das várias subidas de divisões que o time tem pela frente. Neste domingo o Santa Cruz tem a primeira decisão na Série D. Precisa vencer, em casa, no Arrudão, que provavelmente estará lotado com 60 mil torcedores, o Alecrim-RN. Se perder estará eliminado e viverá mais um ano de drama. A cobra-coral tem de tudo para vencer e seguir em frente na competição, rumo ao título. Seria um ano inesquecível para o santa-cruzense, que convenhamos, merece.

Mesmo com o clube na Série D, os jogos do Santa tem média de público de 31.837 torcedores . O segundo colocado é o Corinthians, com 26.029. O Bahia, que luta contra o rebaixamento, é o terceiro, com 22.768. Coritiba (18.894) e Flamengo (17.019) completam a lista dos cinco primeiros colocados do ranking.

Os fatos falam por si. Um time desses, uma torcida dessa merece voltar à elite do futebol nacional, nem que seja daqui a 3 anos.

Ps 1: Outro time que joga por vaga amanhã pela Série D é o representante sul-mato-grossense, o Cene. Precisa no mínimo empatar com o Oeste-SP em Itápolis-SP. Parada dura, mas estamos confiantes. O De Letra fará cobertura especial.

Ps 2: De Letra informa: final do primeiro tempo:Vasco vai vencendo o Grêmio por 2 a 0, mesmo placar faz o São Paulo sobre o Ceará, Atlético Goianiense e Atlético Mineiro empatam em 0 a 0.


Pedro Nogueira

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