Amigo, o meu dedo já estava coçando há muito tempo para escrever sobre este time que parece só ter uma função no Brasileirão 2011: derrubar os grandes. O trabalho sujo é por conta deles. A última que aprontaram foi um colossal três a zero em cima do São Paulo, que culminou na demissão de Adílson Batista e no distanciamento do tricolor paulista da liderança.

Até a décima quinta rodada o Atlético Goianiense estava na zona de rebaixamento, ia mal. Havia vencido três, empatado quatro e perdido oito. Eis que a solução chegou na 16ª rodada: em desafio contra o badalado Santos, Hélio dos Anjos assume a equipe. O treinador chegou sob desconfiança pois estava no rival Vila Nova e já tinha treinado o Goiás antes.

Pois observe como em dois jogos Hélio mostrou a que veio. Em casa venceu o time de Neymar 2 a 0. O jogo seguinte era uma pedreira maior ainda: o até então líder e invicto no Brasileirão, Flamengo, fora de casa. O que aconteceu? A fama do Dragão se fez a partir daí. O time calou o Engenhão fazendo 4 a 1 no Flamengo, tirando-lhe a invencibilidade e a liderança.

A partir daí, os ventos mudaram. Vitórias sobre Grêmio, América e Coritiba fizeram o clube acumular cinco vitórias consecutivas. Porém, a equipe perdeu o jogo seguinte para o Fluminense, no Rio, em jogo que o Atlético vencia por 2 a 0 até os 38 do segundo tempo e que o Flu venceu com gol aos 45 minutos, em posição ilegal.

Depois de ser prejudicado pela arbitragem o time se perdeu e empatou duas partidas seguidas. Em seguida voltou a vencer, fazendo 1 a 0 no Atlético Mineiro. No jogo seguinte, o Dragão enfrentaria o Vasco, que tinha acabado de assumir a liderança. Logo os outros aspirantes ao título foram secar o alvinegro carioca. O time de Goiás deu um sustinho nos cruzmaltinos, abrindo o placar no São Januário, porém no fim do jogo o Vasco empatou.

Na rodada seguinte, a emoção voltou a campo. O time perdia em casa por 1 a 0 para o Palmeiras e, perto do fim do jogo, já com dois jogadores a menos, o time conseguiu um empate heroíco com gol de Felipe, o que deixou Felipão muito irritado.

Na rodada seguinte, o time pegou o Botafogo, uma das sensações do campeonato. Em dez minutos fizeram 2 a 0 e acabaram com qualquer pretensão dos botafoguenses, que se vencessem encostariam de vez nos líderes.

Na rodada seguinte perdeu para um Corinthians eficiente, por 3 a0 em SP. Depois pegou o desesperado Avaí em Floripa, em jogo mais uma vez emocionante, com direito a Márcio defendendo um pênalti, mas com o Avaí empatando no último minuto, de pênalti, desta vez convertido. Dois jogos sem vencer, teria acabado o encanto do time?

A prova vinha em casa, onde o time se dá muito bem, contra o São Paulo, também no topo da tabela. E aí voltamos ao primeiro parágrafo, 3 a 0 em uma aula de futebol, de padrão de jogo e de como jogar ofensivamente. Resultado: tchau Adílson, tchau São Paulo.

Voltando no tempo...

Voltemos ao tempo e lembramos um pouco da história deste time que vem agradando a gregos e troianos no Brasileirão. O time vivia no anonimato, quando em 2008 sagrou-se campeão da Série C pela segunda vez na história e começou a cavar seu espaço no futebol brasileiro.

No ano seguinte, surpreendentemente, ficou em quarto e conquistou o acesso à Série A. 2010 começou melhor ainda, com o título do Campeonato Goiano. Quer mais? O time eliminou o Palmeiras em emocionante disputa de pênaltis na Copa do Brasil e foi semi-finalista da competição, sendo eliminado pelo Vitória.

Aí veio o Brasileirão, onde o time piorou e lutou para não cair. Na última rodada, enfrentou o Vitória em Salvador, em confronto direto para escapar da Série B. Com um empate, o Dragão manteve-se na elite do futebol e derrubou o forte time baiano.

O Atlético começou 2011 vencendo novamento o Campeonato Goiano e agora está onde está, décimo colocado do campeonato, time preferido dos secadores, temor dos grandes e a primeira potência do futebol goiano e do Centro-Oeste, afinal, o rival Goiás está quase sendo rebaixado para a Série C. O torcedor atleticano deve estar adorando este ano. Vida longa ao simpático Atlético Goianiense.

Ps 1: As estrelas, sei que deve estar curioso. Simples, cada uma representa os títulos da Série C, em 1990 e em 2008.

Ps 2: O grande ídolo da equipe é o goleiro-artilheiro Márcio, que foi contratado em 2007 e desde então não saiu do time. Já são 207 jogos e 14 gols marcados.


Pedro Nogueira

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