Jogar mais fechado do que a
fronteira dos Estados Unidos. Esta foi a postura adotada pelo México no
amistoso de hoje contra o Brasil no estádio Cowboys Stadium, em Dallas, nos EUA.
E deu resultado. Dois a zero para o time de sombreros diante de uma plateia de
84 mil pessoas.
Diferente das boas atuações
passadas, hoje o Brasil se mostrou apático e perdido em campo boa parte do
jogo. Fruto do ferrolho mexicano que segurava o que podia atrás, e soube
aproveitar as jogadas de contra-ataque que surgiam.
Tanto que os dois gols dos amantes
da agave tiveram origem nos “bicos” que eram dados em direção ao campo
defensivo do Brasil. Apesar do resultado desfavorável
para o Brasil, quem começou colocando a bola nas redes foi a seleção canarinho
logo aos 9 minutos, com Leandro Damião. O atacante recebeu a bola de Hulk e
tocou na saída do goleiro Corona. Porém o auxiliar Joe Fletcher viu um
impedimento milimétrico e anulou o gol.
Até o momento, a seleção era o
Brasil que Mano Menezes vinha mostrando para nós nos últimos jogos. Muita
marcação na saída de bola do adversário, pressão no campo ofensivo e boa troca
de passes com alta posse da bola. Tanto que aos 19 minutos, o vingador Hulk
inicia uma jogada pela direita e sofre um toque dentro da área mexicana.
Pênalti na minha humilde opinião.
Porém, a maré virou dois minutos
depois. O meia-atacante Giovanni dos Santos conduz a bola dentro da grande área
e como quem fosse cruzar – o que eu realmente acho que ele queria fazer –
coloca a bola no ângulo esquerdo de Rafael, encobrindo o goleiro santista. Um a
zero para os Mariachis.
Foi o bastante para o México se
fechar atrás. As únicas chances mexicanas vinham de longos lançamentos, sempre
tentando achar Javier Hernandez, o Chicharito, ou Gio dos Santos no ataque. E
uma delas, em meio a vários impedimentos marcados, acabou dando certo.
Aos 31 minutos, Rômulo retoma a
bola para o Brasil e comete um erro fatal. Toca a bola nos pés de Gio dos
Santos dentro da grande área brasileira. A ex promessa do Barcelona recebe,
gira em cima do zagueiro Juan e é tocado por baixo. Pênalti, que Chicharito
cobra e converte. Dois a zero.
Foi o que restava para que o jogo
se tornasse ataque contra defesa. O Brasil com maior posse de bola e sempre no
campo do adversário, enquanto os mexicanos se fechavam cada vez mais. Contudo,
isso não significa que a seleção passou a ter mais chances.
Apesar das mudanças ofensivas de
Mano – saíram Damião e Sandro e entraram Pato e Lucas – o Brasil parecia não
saber o rumo do gol. Pouco se viu da habilidade de Neymar, sempre muito bem
marcado, e quase não se ouviu o narrador falar o nome do meia-atacante do São
Paulo.
O jogo se arrastou sem
sobressaltos até os 30 minutos do segundo tempo, quando Alexandre Pato perdeu
um gol na cara, ao receber uma bola cruzada e “amolecer” o pé na hora da
finalização. O fato deixa claro uma lacuna
existente de um camisa 9 competente na seleção. Uma vez que os dois apoiadores
– Hulk e Neymar – já se firmaram na posição, resta definir o centro-avante que
irá para Londres, nos Jogos Olímpicos.
Damião não vem de boas atuações
desde o ano passado e Pato tem sofrido altos e baixos. Para mim, este será o
quebra-cabeça que Mano tentará solucionar em pouco menos de um mês.
Voltando ao jogo, as “olas” – o
público diz ter quebrado o recorde mundial ao fazer uma ola durante sete
minutos no intervalo - viraram “olés” e o Brasil foi se perdendo mais ainda
diante dos fios dos bigodes mexicanos.
Resultado final: Dois a zero e
uma série de dez jogos sem perder quebrada pela seleção mexicana.
O problema agora é a Argentina
que iremos enfrentar no próximo dia 9, na cidade de Nova Jersey, também nos EUA. Nossos hermanos aplicaram
uma sonora goleada de 4x0 no Equador, nas Eliminatórias da Copa de 2014.
Destaque para Messi – difícil ele não se destacar em uma partida – e Dí Maria,
que conduziram o chocolate.
Rafael Cabral, Danilo, Thiago
Silva (Bruno Uvini), Juan e Marcelo; Sandro (Lucas), Rômulo e Oscar (Casemiro);
Neymar, Hulk (Wellington Nem) e Leandro Damião (Alexandre Pato).
Corona, Salcido, Rodriguez,
Torres Nilo e Meza; Moreno, Barrera (Andrade), Zavala e Guardado; Giovani dos
Santos (De Nigris) e Chicharito Hernandez (Lugo).
Técnico: Mano Menezes Técnico: José Manuel de la Torre
Gols: Giovani dos Santos, aos 21
minutos, Chicharito Hernández, aos 31 minutos do primeiro tempo.
João Conrado Kneipp